terça-feira, 24 de junho de 2008 |
ainda de Madrid |
o comentário que faltou lá em baixo acerca de Madrid foi que, tendo conseguido visitar a exposição permanente no Rainha Sofia e apesar da imponência do Guernica, o que eu gostei mesmo e onde voltei segunda vez foi este:
está no andar de baixo, numa segunda sala, atrás de uma parede.
apesar de já ter visto uns quantos posters com a imagem e ter gostado, ver o quadro é uma experiência completamente diferente e não tem comparação possível.
Se forem ao Rainha Sofia vão, de certeza, tropeçar no Guernica. Nem que não queiram. Mas este, aconselho que procurem porque não se vão arrepender.Etiquetas: arte, factos, felicidade, gostos, viagens, vida |
posted by rph @ 13:53 |
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sexta-feira, 20 de junho de 2008 |
A selecção nacional |
NUNCA! perde!
Desta vez parece que a vitória foi estatística.
Acho que era coisa de candidatura ao Guiness como a selecção que ganhou sempre.
Não me lixem, houve alturas em que a selecção nacional até jogou bem, mas alombou com 3 golos e os outros só com 2. Ainda que parcos, os meus conhecimentos futebolísticos permitem-me concluir que perdemos. E mai'nada!
Se preferia que tivessem ganho? Naturalmente! Onde é que vou agora arranjar uma desculpa para me sentar durante 1h30 a beber minis e comer aperitivos?Etiquetas: factos, futebol, pensamento, portugal, português, verdade |
posted by rph @ 12:19 |
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quinta-feira, 19 de junho de 2008 |
provérbios |
costuma dizer-se que "Até ao lavar dos cestos é vindima". Descobri uma maneira bem melhor de dizer a mesma coisa, mas não vos digo! Etiquetas: etiqueta? qual etiqueta? |
posted by rph @ 16:51 |
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dicas do meu computador |
hoje, quando liguei o computador no trabalho esta foi a primeira imagem que o meu browser me mostrou. É que nem digo mais nada!Etiquetas: Browser, PC, sol, vontades, work |
posted by rph @ 11:55 |
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segunda-feira, 9 de junho de 2008 |
e porque me apetece e gosto: |
Num meio-dia de fim de primavera Tive um sonho como uma fotografia. Vi Jesus Cristo descer à terra. Veio pela encosta de um monte Tornado outra vez menino, A correr e a rolar-se pela erva E a arrancar flores para as deitar fora E a rir de modo a ouvir-se de longe. Tinha fugido do céu. Era nosso demais para fingir De segunda pessoa da Trindade. No céu era tudo falso, tudo em desacordo Com flores e árvores e pedras. No céu tinha que estar sempre sério E de vez em quando de se tornar outra vez homem E subir para a cruz, e estar sempre a morrer Com uma coroa toda à roda de espinhos E os pés espetados por um prego com cabeça, E até com um trapo à roda da cintura Como os pretos nas ilustrações. Nem sequer o deixavam ter pai e mãe Como as outras crianças. O seu pai era duas pessoas... Um velho chamado José, que era carpinteiro, E que não era pai dele; E o outro pai era uma pomba estúpida, A única pomba feia do mundo Porque não era do mundo nem era pomba. E a sua mãe não tinha amado antes de o ter. Não era mulher: era uma mala Em que ele tinha vindo do céu. E queriam que ele, que só nascera da mãe, E nunca tivera pai para amar com respeito, Pregasse a bondade e a justiça! Um dia que Deus estava a dormir E o Espírito Santo andava a voar, Ele foi à caixa dos milagres e roubou três. Com o primeiro fez que ninguém soubesse que ele tinha fugido. Com o segundo criou-se eternamente humano e menino. Com o terceiro criou um Cristo eternamente na cruz E deixou-o pregado na cruz que há no céu E serve de modelo às outras. Depois fugiu para o sol E desceu pelo primeiro raio que apanhou. Hoje vive na minha aldeia comigo. É uma criança bonita de riso e natural. Limpa o nariz ao braço direito, Chapinha nas poças de água, Colhe as flores e gosta delas e esquece-as. Atira pedras aos burros, Rouba a fruta dos pomares E foge a chorar e a gritar dos cães. E, porque sabe que elas não gostam E que toda a gente acha graça, Corre atrás das raparigas Que vão em ranchos pelas estradas Com as bilhas às cabeças E levanta-lhes as saias. A mim ensinou-me tudo. Ensinou-me a olhar para as cousas. Aponta-me todas as cousas que há nas flores. Mostra-me como as pedras são engraçadas Quando a gente as tem na mão E olha devagar para elas. Diz-me muito mal de Deus. Diz que ele é um velho estúpido e doente, Sempre a escarrar no chão E a dizer indecências. A Virgem Maria leva as tardes da eternidade a fazer meia. E o Espírito Santo coça-se com o bico E empoleira-se nas cadeiras e suja-as. Tudo no céu é estúpido como a Igreja Católica. Diz-me que Deus não percebe nada Das coisas que criou – «Se é que ele as criou, do que duvido» – «Ele diz, por exemplo, que os seres cantam a sua glória Mas os seres não cantam nada. Se cantassem seriam cantores. Os seres existem e mais nada, E por isso se chamam seres.» E depois, cansado de dizer mal de Deus, O Menino Jesus adormece nos meus braços E eu levo-o ao colo para casa. Ele mora comigo na minha casa a meio do outeiro. Ele é a Eterna Criança, o deus que faltava. Ele é o humano que é natural, Ele é o divino que sorri e que brinca. E por isso é que eu sei com toda a certeza Que ele é o Menino Jesus verdadeiro. E a criança tão humana que é divina É esta minha quotidiana vida de poeta, E é porque ele anda sempre comigo que eu sou poeta sempre, E que o meu mínimo olhar Me enche de sensação, E o mais pequeno som, seja do que for, Parece falar comigo. A Criança Nova que habita onde vivo Dá-me uma mão a mim E a outra a tudo que existe E assim vamos os três pelo caminho que houver, Saltando e cantando e rindo E gozando o nosso segredo comum Que é o de saber por toda a parte Que não há mistério no mundo E que tudo vale a pena. A Criança Eterna acompanha-me sempre. A direcção do meu olhar é o seu dedo apontando. O meu ouvido atento alegremente a todos os sons São as cócegas que ele me faz, brincando, nas orelhas. Damo-nos tão bem um com o outro Na companhia de tudo Que nunca pensamos um no outro, Mas vivemos juntos e dois Com um acordo íntimo Como a mão direita e a esquerda. Ao anoitecer brincamos as cinco pedrinhas No degrau da porta de casa, Graves como convém a um deus e a um poeta, E como se cada pedra Fosse todo um universo E fosse por isso um grande perigo para ela Deixá-la cair no chão. Depois eu conto-lhe histórias das cousas só dos homens E ele sorri, porque tudo é incrível. Ri dos reis e dos que não são reis, E tem pena de ouvir falar das guerras, E dos comércios, e dos navios Que ficam fumo no ar dos altos-mares. Porque ele sabe que tudo isso falta àquela verdade Que uma flor tem ao florescer E que anda com a luz do sol A variar os montes e os vales E a fazer doer aos olhos os muros caiados. Depois ele adormece e eu deito-o. Levo-o ao colo para dentro de casa E deito-o, despindo-o lentamente E como seguindo um ritual muito limpo E todo materno até ele estar nu. Ele dorme dentro da minha alma E às vezes acorda de noite E brinca com os meus sonhos. Vira uns de pernas para o ar, Põe uns em cima dos outros E bate as palmas sozinho Sorrindo para o meu sono. Quando eu morrer, filhinho, Seja eu a criança, o mais pequeno. Pega-me tu ao colo E leva-me para dentro da tua casa. Despe o meu ser cansado e humano E deita-me na tua cama. E conta-me histórias, caso eu acorde, Para eu tornar a adormecer. E dá-me sonhos teus para eu brincar Até que nasça qualquer dia Que tu sabes qual é. Esta é a história do meu Menino Jesus. Por que razão que se perceba Não há-de ser ela mais verdadeira Que tudo quanto os filósofos pensam E tudo quanto as religiões ensinam?
O guardador de rebanhos Alberto Caeiro
Podem consultar-se alguns manuscritos de Fernando Pessoa aqui. Este nestas páginas: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7
Etiquetas: gostos, vontades |
posted by rph @ 11:23 |
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quinta-feira, 5 de junho de 2008 |
Wenn ist das Nunstück git und Slotermeyer? |
Ja! Beiherund das Oder die Flipperwaldt gersput!Etiquetas: acordar, fun, humour, linguas |
posted by rph @ 13:32 |
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quarta-feira, 4 de junho de 2008 |
não o diria melhor, naturalmente |
Funes, sobre a palhaçada venerativa em torno da selecção nacional de futebol.
Tirando o facto de ser uma boa desculpa para passar umas tardadas com os amigos a ver a bola e a comer uma amendoins e uns tremoços acompanhados de umas minis, não há muito mais a dizer.
E dito isto, hei-de ir ver uns jogos e ficar contente se ganharmos e menos contente se não ganharmos.
NOTAS: 1-Não consegui chegar à conclusão se existe mesmo a palavra "venerativa", mas em todo o caso a ideia passa e se não existe, devia existir. 2-Não meti a etiqueta "desporto" aqui em baixo porque aquilo já deixou de o ser há muito tempo.Etiquetas: estupido, funes, futebol, portugal, português |
posted by rph @ 13:37 |
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